Monte Verde comemora oficialmente o aniversário de sua fundação no dia 29 de novembro. A data foi instituída por ter sido nesse dia que, em 1950, o Sr. Verner Grinberg (1910-2006) vendeu os primeiros terrenos de sua fazenda, iniciando o loteamento que mais tarde daria origem à vila Monte Verde.
Para o pequeno vilarejo mineiro, que na década de 80 ainda era conhecido por poucos e nem sequer constava nos mapas oficiais, foi uma curta trajetória até se transformar em um dos mais famosos e procurados destinos turísticos do Brasil.
O motivo de tanto sucesso? Apesar da rápida ascensão para a fama, Monte Verde seguiu o caminho da simplicidade, mantendo-se como um refúgio onde o que impera é o sossego e o contato íntimo com a natureza.
A comparação com sua vizinha Campos do Jordão sempre foi inevitável: situadas nos cumes da Serra da Mantiqueira e próximas uma da outra, ambas possuem o mesmo clima frio e o mesmo estilo europeu que atrai tantos turistas. Por causa disso, durante muito tempo Monte Verde foi considerada uma "nova Campos do Jordão". Mas a vila nasceu e seguiu um caminho bem diferente.
Monte Verde se originou e cresceu quase que exclusivamente graças à iniciativa particular de seu fundador. Quando chegou à região, em 1938, Verner Grinberg encontrou aqui exatamente o que procurava: um lugar cujo clima e belezas naturais lembravam a sua terra natal na Letônia (então república da extinta União Soviética). Foi amor à primeira vista. Depois de comprar o primeiro lote e se mudar com a família, ele adquiriu mais terras e ampliou a fazenda que, mais tarde, viria a ser transformar na vila Monte Verde.
As belezas naturais da região chamaram a atenção de amigos, parentes e conterrâneos, que logo começaram a comprar lotes e a formar um povoado. A fazenda começava a se transformar em uma vila.
Escondida entre as montanhas e com acesso difícil por terra (a estrada só foi asfaltada no fim dos anos 80), a pequena vila cresceu devagar e pouco mudou durante décadas. Em nome da tranquilidade, por muito tempo os próprios moradores preferiram que as ruas e a estrada permanecessem de terra, o que acabou contribuindo para a preservação do meio ambiente e das belezas naturais da região.
A vida dos poucos habitantes era simples e até mesmo a energia elétrica era um luxo: o Sr. Verner possuía o único gerador da vila, que era movido por uma máquina a vapor e acionava os equipamentos da sua serraria. Às 18 horas, no final do turno de trabalho, o gerador era convertido para a população e continuava funcionando até as 22 horas.
Foi apenas em 20 de julho de 1969 que a rede elétrica chegou a Monte Verde, curiosamente no mesmo dia em que os primeiros homens desembarcaram na superfície da Lua. Como relíquia daqueles tempos, a máquina a vapor foi restaurada e hoje se encontra em exposição na avenida principal.
Até o final dos anos 80, Monte Verde ainda permanecia um destino para poucos: percorrer os 37 quilômetros de estrada de terra até a vila era um desafio que só os mais românticos e aventureiros aceitavam encarar. Era um tempo em que os frequentadores eram quase sempre os mesmos e todos os veículos possuíam o adesivo da loja Alpina, que se tornou como que um símbolo local.
A vila foi ficando cada vez mais famosa: tema de reportagens em revistas e jornais, Monte Verde era frequentemente comparada aos Alpes e exaltada pelas belezas naturais e pela tranquilidade que o local proporcionava.
Na década de 90, o aquecimento do turismo levou a um crescimento inevitável: hoje o acesso é fácil e a vila conta com uma ampla infraestrutura turística. Mas Monte Verde continua sendo um refúgio para quem busca a tranquilidade, a beleza natural e o clima romântico das montanhas.
Publicações das décadas de 1970 e 1980:
a comparação com os Alpes e a tranquilidade sempre foram o tema
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